iG São Paulo | 01/11/2017 15:27

Sente dores na sola do pé após passar um tempo em repouso? Você pode ter fascite plantar; entenda como o problema surge e saiba tratar corretamente

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Fascite plantar pode atingir tanto pessoas sedentárias quanto quem pratica exercício físico com frequência

Imagine o seguinte cenário: você acorda e, ao dar os primeiros passos ao levantar da cama, sente algumas fisgadas no pé. É por essa situação que as pessoas com fascite plantar passam todos os dias. E, de acordo com a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, cerca de 10% da população brasileira desenvolverão o problema em algum momento da vida.

A fascite plantar é uma lesão que deixa o tecido que vai do osso do calcanhar aos dedos do pé inflamado e dolorido. A dor na sola do pé surge depois de longos períodos de repouso e, por isso, é muito comum vir à tona logo ao amanhecer, após a pessoa despertar e pisar no chão.

Indivíduos sedentários e aqueles que praticam exercícios físicos com frequência estão mais propensos a desenvolver a condição. Isso porque o problema é causado pelo excesso de sobrecarga nos pés, decorrente de atividades de alta intensidade e obesidade. Além disso, o problema pode aparecer pelo uso de calçados inadequados, ou seja, os que apresentam solado flexível.

Como detectar?

Conforme explica o Dr. Roberto Rached, fisiatra – médico especialista em dores e reabilitação – do Hospital das Clínicas de São Paulo, o diagnóstico é feito por meio de um exame clínico. “O paciente será diagnosticado ao sentir dor à palpação sobre o osso do calcanhar debaixo do pé e desconforto ao elevar o pé e dobrar o tornozelo para cima, puxando o dedão”, diz o profissional.

Além dessa avaliação, é importante analisar o histórico do paciente. “Todos os fatores de risco podem ser avaliados com base em sua história e no seu porte físico, que ajudam a orientar o tratamento adequado”, relata o fisiatra.

Os exames de imagem, geralmente, não são necessários, mas podem ser importantes para mostrar outras prováveis razões para a dor no calcanhar. Nesse sentido, o ultrassom e a ressonância são capazes de mostrar o espessamento e a degeneração da lesão.

Tratamento

A professora de ginástica Cíntia Serikawa descobriu que tinha o problema em 2014, mas já sentia as dores pelo menos um ano antes. No começo, o problema se manifestou no pé direito. “Eu dava muita aula de zumba e, ao mesmo tempo, treinava corrida. Então, esse acúmulo de esforçou desencadeou o problema”, conta.

Já no início deste ano, Cíntia comprou um tênis para poder trabalhar, mas o resultado não foi o esperado. Depois de alguns meses, a condição também afetou o pé esquerdo. “Fiz um teste de pisada e o resultado indicou que eu poderia usar um modelo de pisada neutra. Porém, ele me prejudicou. Depois, troquei o calçado e a dor aliviou bastante”, explica.

Para amenizar as dores, a professora faz alongamento e massagem sempre que termina de dar aula ou quando pratica exercício físico. “Massageio com bolinha de tênis ou bastão de madeira. Também aplico gelo na sola do pé .”

Além das medidas já adotadas, o Dr. Roberto Rached indica, ainda pela manhã, puxar a ponta dos pés com uma toalha ou um lençol e manter o joelho esticado. Além disso, ao chegar em casa no fim do dia, outras ações podem ser aplicadas. “À noite, pode-se utilizar uma garrafa com água fria e rolar sob o pé por 10 minutos com alguma pressão para massagear o arco plantar”, ensina o profissional.

O tratamento da fascite plantar também envolve o uso de anti-inflamatórios, fisioterapia, palmilhas de silicone e até mesmo métodos mais invasivos, como as injeções de corticosteroides, que ajudam a aliviar os sintomas durante uma inflamação aguda. Por último, pode-se optar pela cirurgia. “Estudos recentes sugerem que as técnicas menos invasivas podem ser mais eficazes no alívio em longo prazo, como a terapia por onda de choque extracorpórea”, ressalta o fisiatra.

Fonte: Saúde – iG @ http://saude.ig.com.br/2017-11-01/fascite-plantar.html